ENTREVISTA

“O povo queria mudança”, resumiu Almir Resende

Thiago Nogueira
Especial para a Tribuna do Carmo

No dia da eleição, Almir Resende acordou cedo e foi à missa. Depois, visitou as seções eleitorais pela cidade. Às 17h, seguiu sozinho até a gruta de Nossa Senhora de Lourdes, às margens da BR-494, para cumprir uma promessa e depositar orações. Por volta de 17h45, já retornando a Carmo da Mata, ele recebeu a primeira ligação que já o informava da liderança na apuração não-oficial.

Ao chegar à praça, deparou-se com a militância comemorando a vitória. Correu e se ajoelhou em frente ao Santuário de Nossa Senhora do Carmo para novo agradecimento. Ovacionado, Almir vestiu uma camisa da irmandade de São Benedito e foi comemorar a vitória desfilando em carro aberto pelas ruas.

Em conversa franca com a reportagem, ainda em meio à euforia, ele falou da disputa acirrada, destacou as principais metas e manteve a confiança em um resultado favorável no processo de Ficha Limpa. “O povo de Carmo da Mata queria mudança”, resumiu.

O que representa esses gestos de fé e oração?

Eu tenho uma fé que sempre superou todo obstáculo na minha vida e, principalmente, nesta campanha. Eu passei por vários fatos que poderiam ter me prejudicado, mas a fé foi tão grande que eu consegui chegar aonde cheguei. E a pessoa que eu tinha que agradecer é aquele Pai Nosso, ajoelhando na frente da igreja.

Como avalia a vitória e o resultado da eleição?

Há uma insatisfação, hoje, no município, pela administração atual. Quando iniciei a minha campanha, fiz uma pesquisa. Ela mostrou a insatisfação em várias áreas, principalmente na saúde. E com saúde não se brinca. Foi um ponto que eu bati muito e sobre o qual a gente tem o compromisso com a população. O segundo ponto é a geração de emprego na área feminina, que é muito cobrado e foi deixado para trás na administração atual.

Você participou de outras eleições e não foi eleito. O que apresentou de diferente desta vez?

Na verdade, é o povo querendo mudança, nada mais do que isso.

Depois de tentar outras vezes, você se sente mais maduro para assumir a prefeitura?

Com certeza. Eu só tenho que agradecer à Deus. Hoje estou bem preparado. Se tivesse sido eleito em outras eleições, talvez não estivesse tão preparado como agora.

Nesta eleição tivemos os ânimos mais quentes do que o de costume?

Ela foi muito mais acirrada. O que mais se destacou foi a situação de jogarem pesado em compra de votos, de pressão dos próprios funcionários públicos, o que deu o destaque nesta eleição.

Nesse período eleitoral, você passou por um processo que poderia torná-lo inelegível. Como foi superar isso e vencer nas urnas?

Isso é a fé que a gente tem. Tinha certeza absoluta de que, na questão do meu processo, eu era inocente, que nunca fui culpado daquilo que fui sentenciado em Carmo da Mata. Tinha certeza de que iria dar tudo certo, como deu hoje.

Esse processo ainda terá um julgamento em última instância no TSE. Você ainda fica com receio?

Hoje eu tenho uma assessoria jurídica muito competente e eles me garantiram isso. Se eu não tivesse essa garantia, talvez eu tivesse mudado, desistido de concorrer.