quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Adeus ao homem que viveu a Medicina

          Talvez não seja muito difícil escrever sobre o Dr. Lafayette Ribeiro de Resende, principalmente para quem foi seu paciente, sobrinho e colega de profissão. Ainda assim, pesa a responsabilidade de ser justo e coerente ao homenagear essa personalidade tão importante de nossa comunidade.
Certamente, podemos dizer que foi um homem a serviço do próximo, exercendo a medicina como um verdadeiro sacerdócio. Por trás daquela figura aparentemente frágil, com modos gentis perante os seus colegas e palavras calmas a seus pacientes, havia uma pessoa obstinada em curar todos os que o procuravam. Não admitia a hipótese de deixar um paciente sem tratamento, sempre havia alguma alternativa a ser tentada.
Ao submeter seus pacientes à cirurgia, demonstrava toda sua segurança e extrema habilidade técnica para alcançar os melhores resultados. Quem o conhecia fora do ambiente hospitalar não podia imaginar que aquela pessoa de aspecto franzino e calmo se transformava em um verdadeiro guerreiro contra os males da doença que afetavam os seus pacientes.
Numa época em que o câncer era considerado uma doença incurável e sem esperanças, ele escolheu trabalhar no combate a este mal e cooperou para o desenvolvimento de vários estudos, que resultaram no avanço do tratamento da doença. Sempre foi um grande estudioso, que apesar de toda a sua inteligência, nunca deixou de se esforçar em aprender mais e melhorar seus conhecimentos médicos.
O Dr. Lafayette foi um médico que fez da medicina mais do que uma profissão, fez dela sua própria razão de viver. E até no momento em que ocorreu o acidente, que desencadeou o processo de sua morte, estava atuando como médico zeloso por seus doentes. Naquela hora se dirigia ao hospital para prestar socorro a uma paciente, quando ocorreu a queda que o levou à hospitalização e as complicações que se seguiram até o seu óbito.
Momentos após a sua queda, mesmo com toda a dor que sentia, ele já fechara o seu próprio diagnóstico, que foi confirmado mais tarde pelos médicos que o atenderam.O Dr. Lafayette, apesar da situação de crise pessoal que vivia, já lamentava o longo tempo que teria que ficar afastado do trabalho para recuperar a própria saúde.
Enfim, sofremos uma grande perda. Perdemos uma pessoa incansável e dedicada aosenfermos. Perdemos um ser humano com grande capacidade de confortar até aqueles que sofriam de doenças incuráveis. Certamente, aMedicina perdeu um de seus grandes sacerdotes e Carmo da Mata perdeu um de seus filhos mais brilhantes.
 José Marco R. Andrade

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